Açúcar ou adoçante?
Hoje em dia é muito comum e disseminado o uso de adoçantes artificiais não calóricos (AANC). Além de conferirem sabor doce às preparações, bebidas, sobremesas, suplementos etc, o fato de não conferirem calorias acaba sendo um motivo a mais para ser utilizado como estratégia para perda e manutenção de peso. Muitas vezes de forma exagerada...
Só que nem tudo são flores...
Ao notar o sabor doce mesmo que vindo de um adoçante não calórico nosso organismo se prepara para metabolizar esse alimento como se fosse um “açúcar mesmo” além do mais o paladar vai continuar dependente de açúcar e/ou sabores muito doces. Nada saudável né?
Um grupo de pesquisadores estudou os efeitos do uso de adoçantes artificiais não calóricos (Aspartame, Sucralose e Sacarina) no metabolismo da glicose e notaram alterações da microbiota intestinal (causando um desequilíbrio entre as bactérias intestinais) em camundongos. E com isso observaram que desarmonizar as bactérias intestinais pode causar problemas de saúde incluindo alteração no metabolismo da glicose, que é chave para desenvolvimento do Diabetes tipo 2.
Esses estudos foram extrapolados em humanos, porém com dosagens mais elevadas de consumo de sacarina (acima do limite permitido diário) e também foram observados um grupo de indivíduos que já faziam uso desses adoçantes artificiais há muito tempo. E como resultado, foram observadas as mesmas alterações no metabolismo de glicose e também a disbiose intestinal.
O que fica de lição e sugestão é: maneirar no uso de adoçantes artificiais e produtos dietéticos, prestar atenção no rótulo e na lista de ingredientes de produtos industrializados tais como: gelatinas, suplementos, bebidas entre muitos outros.
Dependendo do objetivo de cada um, o uso de um açúcar menos refinado como açúcar de coco, mascavo em baixas quantidades ou até adoçantes naturais como stevia pura, eritritol ou xilitol são possibilidades, mas a melhor de todas mesmo é habituar seu paladar com o sabor natural dos alimentos e bebidas, diminuindo assim essa dependência pelo sabor doce. Fica a dica!
Referência: Suez J et al. Artificial sweeteners induce glucose intolerance by altering the gut microbiota. Nature. 2014. doi: 10.1038/nature13793